Do pão e dos cheiros da cozinha de uma casa no Quebra-Costas

Arquivo ACH - 8-5-2020

Caras/os associadas/os e amigas/os

O fascínio pelo pão e pelas cozinhas é antigo e transversal.

Nestes tempos, voltámos a valorizar o vagar para preparar e usufruir sem pressas dos cheiros e texturas de iguarias há muito esquecidas em velhos livros de cozinha. Aderimos à pesquisa de novas receitas disponíveis "online" e surgiram novos conselhos para uma prática ancestral: fazer o pão em casa gerou adesão entusiástica.

https://expresso.pt/sociedade/2020-05-03-Chegou-a-paodemia.-Como-fazer-o-melhor-pao-em-sua-casa

O recentemente falecido escritor chileno Luís Sepúlveda escrevia na cozinha, "em cima de uma tábua que lhe fora oferecida por um velho que exercera em Hamburgo "o mais nobre dos ofícios": fazer pão".

https://www.publico.pt/2020/04/16/culturaipsilon/noticia/luis-sepulveda-historia-homem-gostava-escrever-cozinha-1912560

Na crónica "O pão de amanhã...", Irene Lucília recorda da sua infância sensações e odores, o do pão em especial:

"Lembro-me das iguarias habituais das mesas compostas (...) o acre das hortaliças, o cheiro do vinho fermentado, a maciez do azeite; o milho cozido com favas e o guisado, a açorda, o caldo de feijão.

(...) Vinha o pão cheirando a quente e à flor da farinha (...) o cheiro da flor e do forno, do crepitar do lume, da lenha imolada e do calor da pedra (...)."

https://funchalnoticias.net/2020/04/25/o-pao-de-amanha/

Destes odores perdidos num tempo de fogões e fornos a lenha que já não sabemos usar, dos cozinhados de uma casa na Rua do Quebra-Costas com muitos quartos, recantos e espaços onde uma criança podia descobrir e explorar vários mundos nos fala o texto que hoje partilhamos convosco.

Fiquem bem, com "Memórias do Quebra-Costas: a casa da tia Cecília", de Maria Clara Costa (em anexo).

Agradecemos este e outros contributos recebidos e esperamos que continuem a partilhar connosco histórias e imagens de casas e gentes da nossa terra.

A Direcção da Associação Casas com Histórias